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1 de jun. de 2011

RAS TAFARI





Muitos creem que no mundo moderno não existe espaço nem oportunidade para o surgimento de novas religiões, aos moldes das religiões já milenares, mas a espiritualidade jamais deixará de nos surpreender... Em 2008, a Universidade de Hamburgo anunciou oficialmente que arqueólogos alemães, depois de uma pesquisa comandada pelo professor Helmut Ziegert, descobriram os restos do palácio da rainha de Sabá, datados do século X a.C., em Axum, uma cidade sagrada da Etiópia, sob um antigo palácio real.
A rainha de Sabá foi, na Torá, no Antigo e no Novo Testamento, no Alcorão, na história da Etiópia e do Iêmen, uma célebre soberana do antigo Reino de Sabá. A localização deste reino pode ter incluido os atuais territórios da Etiópia e do Iêmen.


De acordo com a Torá e o Velho Testamento, a rainha de Sabá teria ouvido sobre a grande sabedoria do rei Salomão de Israel, e viajado até ele com presentes de especiarias, ouro, pedras preciosas, e belas madeiras, pretendendo testá-lo com suas perguntas, como está registrado no Primeiro Livro de Reis (10:1-13). O relato prossegue apontando a rainha como maravilhada pela grande sabedoria e riqueza do rei Salomão, e pronunciando uma bênção sobre a divindade do rei. Salomão respondeu, por sua vez, com presentes e "tudo o que ela desejou", após o qual a rainha retornou ao seu país. A tradição etíope posterior afirma com segurança que o rei Salomão realmente seduziu e engravidou sua convidada, e possui um relato detalhado de como ele o fez (no Kebra Negast, coletânea de mitos etíopes), um assunto de importância considerável para o povo etíope, já que a linhagem de seus imperadores remontaria àquela união.


Haile Selassie (1892–1975), nascido Tafari Makonnen e posteriormente conhecido como Ras Tafari, foi regente da Etiópia de 1916 a 1930 e imperador daquele país de 1930 e 1974. Herdeiro duma dinastia cujas origens remontam historicamente ao século XIII e, tradicionalmente, até o rei Salomão e a rainha de Sabá, Haile Selassie é uma figura crucial na história da Etiópia e da África.


O movimento rastafari ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Haile Selassie como a representação terrena de Jah (Deus). Ele nada mais seria do que o messias prometido. O termo rastafari tem sua origem em Ras ("príncipe") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Haile Selassie antes de sua coroação. O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassie como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.


O próprio Selassie, em realidade, jamais aceitou o título de messias. Tampouco era alguma espécie de "santo": durante o seu governo, a repressão a diversas rebeliões entre as etnias que compõem a Etiópia, além daquele que é considerado como o fracasso do país em se modernizar adequadamente, lhe rendeu críticas de muitos contemporâneos e historiadores. No entanto, Selassie era um orador talentoso, e alguns de seus discursos foram considerados entre os mais memoráveis do século XX. Suas visões internacionalistas levaram a Etiópia a se tornar membro oficial das Nações Unidas, e sua experiência e pensamento político ao promover o multilateralismo e a segurança coletiva provaram-se relevantes até os dias de hoje.


Seu célebre discurso na Liga das Nações em 1936 serviu de inspiração para a canção "War", um dos maiores clássicos do cantor de reggae jamaicano Bob Marley - também indiretamente um dos maiores divulgadores do movimento rastafari no mundo. Veja o trecho principal do discurso de Selassie:


Enquanto a filosofia que declara uma raça superior e outra inferior não for finalmente e permanentemente desacreditada e abandonada; enquanto não deixarem de existir cidadãos de primeira e segunda categoria de qualquer nação; enquanto a cor da pele de uma pessoa não for mais importante que a cor dos seus olhos; enquanto não forem garantidos a todos por igual os direitos humanos básicos, sem olhar a raças, até esse dia, os sonhos de paz duradoura, cidadania mundial e governo de uma moral internacional irão continuar a ser uma ilusão fugaz, a ser perseguida mas nunca alcançada. E igualmente, enquanto os regimes infelizes e ignóbeis que suprimem os nossos irmãos, em condições subumanas, em Angola, Moçambique e na África do Sul não forem superados e destruídos, enquanto o fanatismo, os preconceitos, a malícia e os interesses desumanos não forem substituídos pela compreensão, tolerância e boa-vontade, enquanto todos os Africanos não se levantarem e falarem como seres livres, iguais aos olhos de todos os homens como são no Céu, até esse dia, o continente Africano não conhecerá a Paz. Nós, Africanos, iremos lutar, se necessário, e sabemos que iremos vencer, pois somos confiantes na vitória do bem sobre o mal.


Interessante de se pensar: muitos dos que são atraídos ao reggae pela qualidade da música, e também por sua relação com a maconha, jamais sequer ouvirão falar ou praticar o rastafarianismo. A maconha em si é usada pelos rastas não para diversão ou prazer, mas sim para limpeza e purificação em rituais controlados. Trata-se, em suma, de uma religião moderna, mas com bases mitológicas muito bem sedimentadas por textos sagrados de pelo menos duas religiões milenares...


Que grande ironia - tantos judeus, cristãos e muçulmanos de certa ignorância a desdenhar dos "maconheiros negros com cabelo esquisito ouvindo músicas africanas", e no fim das contas, são dos devotos a um dos descendentes diretos do rei Salomão que eles desdenham. Bem, talvez Jah prefira mesmo dançar o reggae que pode ser cantado em qualquer parte da natureza, do que se sujeitar a hipocrisia eclesiástica.


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"War", de Bob Marley - Playingforchange


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Agradecimentos aos viajantes do "Não Conta Lá em Casa", programa do canal de TV a cabo Multishow, pela descrição de parte dessa incrível história enquanto visitavam a Etiópia.


Crédito da imagem: Wikipedia (Haile Selassie)



 


Fonte: O Textos para Reflexão é um blog que fala sobre espiritualidade, filosofia, ciência e religião. Autoria do escritor Rafael Arrais


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19 de mai. de 2011

CONHEÇA O MOVIMENTO RASTAFÁRI (PRÍNCIPE DA PAZ)

Movimento rastafári ou Rastafar-I (rastafarai) é um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus). Este termo advém de uma forma contraída de Jeová encontrada no salmo 68:4 na versão da Bíblia do Rei James, e faz parte da trindade sagrada o messias prometido. O termo rastafári tem sua origem em Ras ("príncipe" ou "cabeça") Tafari ("da paz") Makonnen, o nome de Hailê Selassiê antes de sua coroação.

O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses negros em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica em parte baseada pelo status de Selassiê como o único monarca africano de um país totalmente independente e seus títulos de Rei dos Reis, Senhor dos Senhores e Leão Conquistador da Tribo de Judah, que foram dados pela Igreja Ortodoxa Etíope.
Alguns historiadores, afirmam que o movimento surgiu, e teve posteriormente adesão, por conta da exploração que sofria o povo jamaicano, o que favorece o surgimento de idéias religiosas e líderes messiânicos.

Outros fatores inerentes ao seu crescimento incluem o uso sacramentado da maconha ou "erva", aspirações políticas e afrocentristas, incluindo ensinamentos do publicista e organizador jamaicano Marcus Garvey (também freqüentemente considerado um profeta), o qual ajudou a inspirar a imagem de um novo mundo com sua visão política e cultural.

O movimento é algumas vezes chamado rastafarianismo, porém alguns rastas consideram este termo impróprio e ofensivo, já que "ismo" é uma classificação dada pelo sistema babilônico, o qual é combatido pelos rastas.
O movimento rastafári se espalhou muito pelo mundo, principalmente por causa da imigração e do interesse gerado pelo ritmo do reggae; mais notavelmente pelo cantor e compositor de reggae jamaicano Bob Marley. No ano 2.000 havia aproximadamente um milhão de seguidores do rastafarianismo pelo mundo, algo difícil de ser comprovado devido à sua escolha de viver longe da civilização. Por volta de 10% dos jamaicanos se identificam com os rastafáris. Muitos rastafáris são vegetarianos, ou comem apenas alguns tipos de carne, vivendo pelas leis alimentares do Levítico e do Deuteronômio no Velho Testamento.

O encorajamento de Marcus Garvey aos negros terem orgulho de si mesmos e de sua herança africana inspiraram Rastas a abraçar todas as coisas africanas. Eles eram ensinados que haviam sofrido lavagem cerebral para negar todas as coisas negras e da África, um exemplo é o porque que não te ensinam sobre a antiga nação etíope, que derrotou os italianos duas vezes e foi a única nação livre na África desde sempre. Eles mudaram sua própria imagem que era a que os brancos faziam deles, como primitivos e saídos das selvas para um desafiador movimento pela cultura africana que agora é considerada como roubada deles, quando foram retirados da África por navios negreiros. Estar próximo a natureza e da savana africana e seus leões, em espírito se não fisicamente, é primordial pelo conceito que eles tem da cultura africana. Viver próximo e fazer parte da natureza é visto como africano. Esta aproximação africana com a natureza é vista nos dreadlocks, ganja, e comida fresca, e em todos os aspectos da vida rasta. Eles desdenham a aproximação da sociedade moderna com o estilo de vida artificial e excessivamente objetivo, renegando a subjetividade a um papel sem qualquer importância.
Os rastas dizem que os cientistas tentam descobrir como o mundo é por uma visão de fora, enquanto eles olham a vida de dentro, olhando para fora; e todo rasta tem de encontrar sua própria verdade.

Outro importante identificador do seu afrocentrismo é a identificação com as cores verde, dourado, e vermelho, representantativas da bandeira da Etiópia. Elas são o símbolo do movimento rastafári, e da lealdade dos rastas a Hailê Selassiê, à Etiópia e a África acima de qualquer outra nação moderna onde eles possivelmente vivem. Estas cores são freqüentemente vistas em roupas e decorações; o vermelho representaria o sangue dos mártires, o verde representaria a vegetação da África enquanto o dourado representaria a riqueza e a prosperidade do continente africano.
Muitos rastafáris aprendem a língua amárica, que eles consideram ser sua língua original, uma vez que esta é a língua de Hailê Selassiê, e para identificá-los como etíopes; porém na prática eles continuam a falar sua língua nativa, geralmente a versão do inglês conhecida como patois jamaicano. Há músicas de reggae escritas em amárico.

Origem da palavra JAH
Jah ou Yah (hebraico יָהּ) é uma forma poética abreviada do Tetragrama YHWH (יהוה), o nome atribuído a Deus. Esta forma abreviada é representada pela primeira metade do tetragrama, isto é, as letras yohdh (י) e he’ (ה), respectivamente a décima e a quinta letra do alfabeto hebraico.

Nas Escrituras Hebraicas, Jah ocorre 50 vezes, 26 vezes sozinho, e 24 vezes na expressão “Aleluia” ou “Hallelujah‎”, a qual é literalmente uma ordem: “Louvai a Jah” , ou "Louvem! Adorem! (הַלְּלוּ) Deus (יָהּ)";
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