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21 de jun. de 2015

CRIANÇA VÍTIMA DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

PAZ! Imagine sua filha indo para a escola dominical (protestante), ou primeira comunhão (católica) ou evangelização infantil (espírita) etc...e de repente uma pessoa fanatizada com ódio no coração, ataca uma pedra nesta menina, sofre 3 pontos, só por causa da sua religião ser diferente da dele. O que podemos dizer desta pessoa? Tudo! Menos que seja uma pessoa Cristã, pois não tem amor ao próximo.
Parabéns ao Dom Orani da IGREJA CATÓLICA e ao Pastor João de Melo da IGREJA BATISTA, que acolheram com amor esta menina, e que SÃO CONTRA estes atos de intolerância religiosa!

Veja a matéria completa no link abaixo:

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/06/crianca-vitima-de-intolerancia-religiosa-no-rio-se-encontra-com-dom-orani.html



29 de dez. de 2009

AGULHADAS E SENTENÇA DE MORTE À NOSSA INÉRCIA!

O caso da criança de dois anos, que teve dezenas de agulhas enfiadas em seu corpo pelo seu padrasto em Ibotirama no oeste baiano, que tem como suspeitas de participação e envolvimento duas mulheres, uma identificada como amante do padrasto e outra, uma senhora que se diz Mãe-de-Santo, chocou  e indignou o país diante da sua brutalidade.
A sequência de assassinatos misteriosos, com requintes de perversidade, em diversos bairros da capital cearense, cuja a investigação policial corre em sigilo e que está ligado, segundo a imprensa local, a rituais de magia negra tendo como possíveis suspeitos membros de terreiros de Umbanda está assustando a coletividade dos cultos afro-brasileiros em Fortaleza.
Para as autoridades religiosas e adeptos dos cultos e religiões afro-brasileiras  uma certeza absoluta, ambos os casos nada tem haver com a doutrina, teologia, rito e liturgia, e as tradições do Candomblé, da Umbanda, do Omoloko, do cultos de nação em geral. Tão pouco é alicerçado ou respaldado pelos ensinamentos difundidos pelo mundo espiritual presente nessas religiões e cultos, bem como ministrados por seus sacerdotes e sacerdotisas.
Assim como todos, esses atos criminosos nos chocam, nos indignam e evidente que somamos a nossa voz ao coro de repúdio da sociedade, cobrando justiça e nos solidarizando as vítimas e seus familares.
É ponto pacífico, que tais atos são perpetrados por indivíduos ou grupos desequilibrados, destituídos de discernimento, razão ou quaisquer valores morais. Obnubilados por sandices e crendices desvirtuadas, somente acreditam no ódio, na vingança e nos seus desejos e sentimentos mais mesquinhos e vilipendiosos. Muitas vezes são seres vazios de tudo, sem rumo, horizonte e sem nenhum resquício de valores básicos da convivência humana.
Poderíamos discorrer longamente sobre os motivos ou exatamente a falta deles, que levam as criaturas humanas se assemelharem as bestas-feras e alcançar com seus atos a mais baixa iniquidade, caindo de cabeça nas sombras, na escuridão e nas trevas da alma.
Também poderia enveredar pelo caminho realista da discriminação e  do preconceito que ainda resiste na sociedade, em pleno terceiro milênio, em relação a tudo o que diz respeito as religiões e cultos afro-brasileiros.
Prefiro, no entanto realizar uma reflexão crítica sobre a permissividade que grassa no seio do movimento dos cultos afro-brasileiros, que se não é a origem desta percepção discriminatória e preconceituosa da sociedade, contribui amplamente para sua existência.
Sempre digo que: “Quem permite o pouco, assiste passivamente o muito”. Essa sensação muitas vezes me vem a tona no dia-a-dia da religião.
A despeito dos religiosos sérios, dos trabalhos dignos e valorosos encetados em muitos templos, terreiros, tendas, choupanas, centros, barracões, roças etc, independente da luta nobre das diversas associações, organizações, instituições e federações pelo bom nome e da dignificação das religiões e cultos afro-brasileiros, da busca pela inserção e reconhecimento da sociedade, fato é que:
Os desmandos da autoridade religiosa ainda é um câncer a ser extirpado;
Os vendilhões do templo, continuam a vender qualquer coisa pelo melhor preço que conseguirem;
Os mercadores da fé traficam falsas esperanças, curas impossíveis, realizações de quimeras, e satisfação de qualquer tipo de desejo, sentimento e vontade;
O culto a personalidade, a egolatria,  o poder desmedido fascinam autoridades e criam um despotismo renitente;
A mediunidade como fim e não como meio que ressalta o fenômeno e respalda o maravilhoso e o sobrenatural;
A falta de disciplina e disciplinadores;
A facilidade como se aplaude, louva, permite, aceita se é condescendente, mesmo em nome da educação, da tolerância e do respeito ao próximo, com o que se sabe ser errado;
A falta de estudo e pesquisa ou a existência deles, não pelo poder do saber, mas pelo conhecimento salutar que alicerça a fé e abre os horizontes da visão espiritual;
A desarticulação fraterna, a falta de união, a visão míope da defesa dos minifúndios, ou mesmo dos latifúndios religiosos.
Por fim e não chegando ao fim de uma lista muito maior que essa, a total desvalorização que os próprios religiosos nutrem sobre as  iniciativas individuais ou coletivas válidas, sejam por pessoas, grupos ou instituições a favor das religiões e cultos afro-brasileiros.
Nos calamos demais, silenciamos mais ainda. Diz o ditado que quem cala consente. Assim consetimos demais, deixamos correr frouxo, fazemos vista grossa, muitas vezes ao que acontece no interior de nossas casas espirituais, logo ao lado, ou mesmo em lugares que somos convidados a visitar.
São pais e mães de “poste”, sacerdotes e sacerdotisas “alienígenas”, que caem de paraquedas e ninguém sabe de onde veio ou surgiu, a “mistureba”, em nome da evolução e da modernidade, com ritos, conceitos e doutrinas exteriores as tradições das religiões e cultos afro-brasileiros, fora a “demonização” impetrada por nós mesmos, na tentativa de gerar uma aura de respeito e medo aos outros , de divulgar a crença absurda que somos detentores de “verdades absolutas”, de um poder mediúnico “forte”, manipuladores de “magias” poderosas e conhecedores de ensinamentos ocultos, místicos e sobrenaturais.
Sim, devemos matar esta inércia que solapa a realidade de nossas religiões e cultos afro-brasileiros e a inaptidão que nos paralisa e impede de conseguirmos reverter esta errônea percepção que a sociedade e a mídia possuem de nós, antes que pela inércia  e incapacidade morramos, transformados definitivamente naquilo em que não somos, não pregamos, não cultuamos e nem defendemos.
Bradamos ao mundo a discriminação e o preconceito e esquecemos de olhar para o próprio umbigo e ver muitas vezes a manifestação a discriminação e o preconceito intra-religiosos.
Exigimos respeito e consideração e deixamos tanta coisa errada acontecer no interior e no entorno do nosso movimento religiosos.
Não podemos culpar os outros de olharem para nossas religiões e cultos e enxergarem em muitos locais que visitam, exatamente aquilo que  eles já ouviram falar de errado, ou as ideias pré-concebidas que adquiriram através, por exemplo de alguns setores mal informados da mídia e do ataque de outros segmentos religiosos.
Às vezes penso que gostamos desta pecha e de vivermos assim como párias religiosos da sociedade e cultura de periferia no seu sentido pejorativo.
Definitivamente, não praticamos rituais satânicos, sacrifícios de seres humanos, rituais de magia negra, enfiamos agulhas em criança ou qualquer coisa assemelhada e parecida.
Agulhadas merecem todos nós, adeptos das religiões e cultos afro-brasileiros para que reajamos e não fiquemos escondidos em nossas conchas, com a cabeça, feito avestruz enfiada na terra, repetindo incansavelmente para nós mesmos, isso não tem nada haver comigo, logo vai passar.
Sentença de morte merece a inércia que congela e paralisa a nossa iniciativa de luta, de união, de espírito de corpo, de fraternidade, liberdade e igualdade que as religiões e cultos afro-brasileiros já merecem a muito tempo.
Pensemos nisso ao apagar das luzes de 2009.

Caio de Omulu




10 de dez. de 2009

08 DE DEZEMBRO - HOMENAGEM AO DIA DE IEMANJÁ

No dia 08 de dezembro, é comemorado por umbandistas, candomblecistas e milhares de simpatizantes, a festa em homenagem a Iemanjá.


"Vós que governais as águas, derramai por sobre a humanidade a vossa proteção, fazendo assim Divina Mãe, uma descarga em seus corpos materiais, limpando suas almas e incutindo em seus corações o respeito e a veneração devida a essa força da natureza que simbolizais.

Fluidificai nossos espíritos e despertai nossa matéria de todas as impurezas que hajam adquirido. Permiti que vossas falanges nos protejam e amparem, assim o fazendo com toda a humanidade, nossa irmã. Salve Iemanjá, Rainha dos mares."


Ouçam esta bela canção na voz da cantora Clara Nunes, dedicado a Iemanjá.





24 de nov. de 2009

CONHECENDO O CANDOMBLÉ - AGENOR MIRANDA ROCHA

Sr. Agenor Miranda Rocha, candomblecista, também conhecido como Pai Agenor, neste vídeo de 2001, traz um pouco da história do Candomblé.





15 de jun. de 2009

CANDOMBLÉ VEGETARIANO

O universo do candomblé está presente na vida de Iya Senzaruban desde muito cedo. Nascida numa família de cultura tradicional do candomblé, ela é filha de um ekede e de um ogã. Foi iniciada nesta senda espiritual aos 7 anos e aos 14 anos tornou-se mãe-de-santo. Desde o início dos anos 90 estuda técnicas da medicina alternativa como a aromaterapia, acupuntura, fitoterapia, auriculoterapia, cromoterapia e cristais. No Sri Lanka entrou no culto a Krishna e Shiva e acabou descobrindo uma forma para substituir, em sua alimentação e nos rituais, os animais e ingredientes de origem animal. Vegetariana há 25 anos, atuante na área de saúde, ela é também responsável pelo Grupo Ile Iya Tundé, entidade filantrópica que atua há 22 anos em Itanhaém, no estado de São Paulo e que ministra cursos e atividades para a comunidade. Sua experiência na renovação do candomblé está sendo relatada no livro que escreve e pretende publicar sob o título de Candomblé Vegetariano. Nesta entrevista à jornalista Cynthia Schneider, da ANDA, Yia Senzaruban fala sobre sua experiência lactovegetariana, sua dedicação ao candomblé, sua caminhada espiritual e a sintonia entre natureza e espiritualidade.

ANDA – Como foi sua experiência de ter se tornado mãe-de-santo tão jovem e depois ter optado pelo vegetarianismo?

Iya Senzaruban – Eu já nasci dentro do santo. Fui iniciada aos 7 anos e aos 14 já era mãe-de-santo. Depois disso andei em vários lugares, mas no Sri Lanka foi uma experiência relevante por causa do vegetarianismo e também porque eu me iniciei como devota de Krishna. E isto tudo criou uma incompatibilidade, pois os devotos de Krishna e Shiva não comem carne de jeito nenhum. Eles comem alguns produtos lácteos e derivados como o queijo, porque a vaca é considerada sagrada. Mas não comem ovo, nenhum outro produto animal sem ser derivado do leite. Desde pequena eu não gostava de comer carne, então optar pelo vegetarianismo foi fácil. Difícil foi conciliar as coisas. Eu levei muitos anos para poder encaixar as duas coisas, que eu considerava muito bonitas. Além disso eu já tinha muita gente que contava comigo pela minha situação religiosa. Não poderia abandonar tudo no meio do caminho.

ANDA – Como foi esta transição para um candomblé vegetariano?

Iya Senzaruban – Eu estou escrevendo um livro a respeito do candomblé vegetariano e também dou cursos e palestras sobre isto. Assim como eu, tem muita gente que é do santo, que é do candomblé e que não gosta da matança e se sente meio acuada. Tem gente que adora, gosta, ama os orixás, admira o ritual que é muito bonito, muito completo, mas na hora de participar de uma matança, “o bicho pega”. A proposta do vegetarianismo no candomblé é fazer de uma outra forma, sem prejudicar o tipo de energia que a gente trabalha, sem mudar muito. As mudanças são muito poucas. Não são eliminados os elementos da natureza, que é o que o candomblé trabalha, as forças da natureza. No livro que estou escrevendo apresento as mudanças que vão desde a comida de santo, que não usa nem camarão ou ovo, nada de origem animal. Mas demorou muito tempo para chegar nisso. Passei a vida inteira dentro de um certo contexto. Hoje já é mais fácil. Mas ainda tem adaptações a fazer, tem hora que eu tenho que buscar outras soluções. Também não dá para buscar a mesma energia, porque a energia de sangue é muito pesada. Ela traz muita proteção mas ao mesmo tempo traz muita sujeira espiritual. Hoje em dia eu procuro ter uma limpeza espiritual e conseguir a mesma coisa sem ter que fazer uma matança: livrar as pessoas de problemas, principalmente na área de saúde, de doenças graves. Como eu também sou terapeuta, vejo muito por este lado, de saúde física, moral, espiritual e psicológica. Meu trabalho como mãe-de-santo é bem voltado para a saúde.

ANDA – Você também trabalha com outras técnicas de terapias como a cromoterapia e acupuntura. Como isto ajuda no seu trabalho?

Iya Senzaruban – Hoje em dia os pais-de-santo estão muito mais cultos. É uma nova época dentro do candomblé. As pessoas estão buscando mais conhecimento, trabalham em outras coisas, não dependem mais financeiramente do candomblé como eram os antigos pais-de-santo, que só viviam para isso. Então ficava muito restrito. Toda religião precisa evoluir, senão fica estagnada e morre.

ANDA – Dentro do contexto religioso é mais difícil a aceitação da mudança?

Iya Senzaruban – A respeito da matança, eu acho que os meus filhos-de-santo que já têm casa vão aproveitar muito mais esta situação renovada e talvez daqui a 10 anos a gente tenha alguma resposta. Isso porque há uma restrição muito séria a respeito disso. Mas aos poucos eu acredito que a gente vai atingindo as pessoas. Afinal, alguém tem que começar, né?

ANDA – Dá para perceber o quanto você está sendo pioneira.

Iya Senzaruban – Isso é porque eu sou filha de Iansã, e Iansã arrebenta tudo. Ela é a minha guerreira, ela derruba mesmo os tabus, os preconceitos. Mas fora a situação de matança, os pais-de-santo têm menos tradicionalismo hoje. Eles são abertos a outras coisas, à busca das raízes, das ervas, de estudos sobre determinados orixás que a maioria não conhecia ainda, mas com uma mente diferente, porque já têm mais cultura. A maioria hoje tem terceiro grau completo e isso faz alguma diferença.

ANDA – Como você relaciona o vegetarianismo e a espiritualidade sob este enfoque profissional na área de saúde?

Iya Senzaruban – Matar os animais é algo que espiritualmente não faz bem, pois você está tirando a vida e depois comendo cadáveres. Não é nada sadio espiritualmente falando. Além disso, principalmente o frango e os animais que se compram em supermercados estão cheios de hormônios. Um frango hoje em dia, de um pintinho para um frango demora três dias. Isso é um absurdo. Imagine o que isto não causa dentro do organismo da pessoa. E ainda afeta a psique, porque são drogas injetadas por tabela. Não adianta você não fumar, não beber, não tomar psicotrópicos e acabar consumindo por tabela quando consome a carne. O efeito é o mesmo. Isso faz também com que cada vez mais as pessoas tenham câncer e outras doenças. O vegetarianismo, ao contrário, é muito bom. É certo que muitas verduras são contaminadas, mas mesmo assim já não faz tanto mal, pois não atinge a aura da pessoa. E com isso ainda tem tantas opções, como os grãos. Eu mesma como muito poucas verduras. O que como mais são legumes, tubérculos, grãos e doces. Inclusive, quando eu dou aulas sobre a comida vegetariana, apresento excelentes opções simples e tão mais baratas! Com um quilo de carne dá para fazer um almoço para quatro pessoas. Com o mesmo dinheiro de um quilo de carne, na cozinha vegetariana, dá para fazer o almoço, o jantar e outro almoço no dia seguinte para quatro pessoas. O vegetarianismo é um estilo de vida para o bolso, para a saúde mental, espiritual e psicológica, pois tudo está ligado. Se você come um alimento saudável, vai ser uma pessoa saudável mentalmente também. Te dá ânimo para fazer exercícios, você se torna uma pessoa mais doce. Geralmente quem é vegetariano não bebe, não fuma, é uma consequência sine qua non. Vai limpando o seu corpo. E ainda tem mais: a pele fica bonita, o cabelo também, não tem barriga, não tem celulite…

ANDA – Há quanto tempo você adotou o vegetarianismo no seu trabalho? E como as pessoas percebem o seu engajamento por esta opção?

Iya Senzaruban – Eu já sou vegetariana há 25 anos e levo o candomblé vegetariano há quase 17 anos. As pessoas, principalmente as mais jovens, se interessam mais. Eu vejo também que quem mais se interessa pelo vegetarianismo é o tipo de pessoa mais intelectual, geralmente artistas, profissionais que se destacam em várias áreas. Eu percebo bem que eles têm uma consciência muito maior. Fora isto há outros grupos que já levam isto como uma realidade. Há alguns colegas meus, na medicina, que também têm trabalhos nesta área. Mas é muito diferente falar para uma pessoa que ganha um salário por mês – e que não são poucas, infelizmente é a realidade majoritária no nosso país – aí é muito difícil de atingir. Eu tenho esta sorte de conseguir atingir muita gente neste nível, por exemplo, ensinando a fazer a farofa multimistura para a alimentação ficar mais completa. Ensino a fritar a casca de batata, usar a casca de banana, trabalho já há muito tempo com isso. Porque muita gente acha que só a carne alimenta, eles têm esta educação falha. Eu consigo atingir também este público, mas é muito difícil encontrar quem se proponha a trabalhar assim. Eu percebo que o vegetarianismo é uma coisa mais elitizada, sim: financeira e culturalmente. O vegetariano é a pessoa que teve uma cultura mais elevada e que tem dinheiro. Mas com o meu trabalho como mãe-de-santo eu consigo atingir outras classes mais sofridas, de gente que vive com um salário, paga o aluguel e ainda tem três ou quatro filhos. Esta é uma área de atuação maior. Também tenho uma entidade filantrópica, o Grupo Ilê Iya Tundê, que fica em Itanhaém e já tem 22 anos, que me permite ir ensinando. Lá também ensinamos terapias, danças, capoeira e culturas de origem afro, além de cursos profissionais. Tem muitos outros grupos de várias crenças que inclusive utilizam este espaço para fazer entrega de mantimentos e outras atividades para a comunidade.

ANDA – O que pretende o candomblé vegetariano?

Iya Senzaruban – Eu sou uma mãe-de-santo e não estou aqui para questionar a situação de ninguém. Nasci numa situação tradicionalíssima e não posso negar de onde eu vim. Para algumas pessoas isso é o que serve. Para mim não serve mais. A minha função, assim como para quem se sente nesta situação, é encontrar uma nova forma de louvar os orixás sem ofender os outros seres vivos. Eu acho que é uma demonstração de boa vontade para com Deus.

Fonte: Agência de Notícias de Direitos Animais


29 de mai. de 2009

OS CABOCLOS NA LIÇÃO DE PAI JOÃO

PAI JOÃO: -Pois é, meu filho, mas como você veio em busca de conhecimento, Pai João gosta muito disso e aproveita para falar a respeito dessas e de outras coisas importantes. É preciso formar uma idéia mais ampla sobre a diversidade de espíritos que trabalham em nosso planeta.

Examine, por exemplo, o caso dos caboclos. As entidades espirituais que se manifestam tanto em seus médiuns quanto no plano astral com a vestimenta de caboclo não foram obrigatoriamente índios ou selvagens em sua última encarnação. Muito pelo contrário.

Grande número dos espíritos que adotam a característica de caboclo tiveram seu caráter firme forjado em templos do passado, principalmente entre as civilizações incas e astecas, entre outras. Tal como ocorre com os pais-velhos, possuem íntima ligação com certas energias da natureza, tanto quanto com a cultura da qual procedem. Em virtude desse fato, preferem estampar a imagem de um índio, de um sertanejo ou de um bandeirante em sua vestimenta espiritual, em sua aparência. Daí se pode entender porque alguns caboclos são recrutados para trabalhar ao lado de grandes luminares da espiritualidade, que foram sábios em sua última existência. Além de tudo isso, a forma astral do caboclo também traz um simbolismo. Representa a jovialidade, energia, destemor e valentia, bem como capacidade de transformação e progresso. É a representação do jovem guerreiro, daquele que tem a característica de mudar o panorama, de enfrentar os desafios da existência e modificar as situações menos favoráveis em outras mais nobres.

-Então os caboclos também foram iniciados em outras civilizações, como os pais-velhos?

PAI JOÃO: -Não se pode generalizar, meu filho. Especialmente se considerarmos que, na umbanda e em certos cultos de transição, observa-se uma variedade de seres Espirituais a que muitos dão o nome de caboclos.
Antes de continuar com as explicações, é preciso dizer que este pai-velho está lhe dando apenas um ponto de vista a respeito da variedade de manifestações. O que estou lhe falando não é consenso nem mesmo entre os representantes da umbanda. No entanto, é sob esse ponto de vista que nego-velho quer conduzir seu olhar.
Assim sendo, dentro da variedade a que me referi, temos os chamados caboclos índios. Eles integram imensa legião de trabalhadores, guardiões, baluartes da lei e da ordem, combatentes que são das falanges do mal. Como verdadeiros caças, saem pelo umbral afora em tarefas de defesa e disciplina, temidos que são por muitos espíritos das trevas.

Na umbanda e em outras expressões de espiritualidade, são comuns outros tipos, tais como os boiadeiros. Especialistas em desobsessões, coletivas e individuais, investem contra as bases das sombras e destroem as fortalezas do astral inferior. Dotados de grande magnetismo, são respeitados e temidos pelas entidades do mal, sobretudo pelos marginais ou quiumbas, tão comuns em ambientes que oferecem grande perigo aos encarnados.

Após breve intervalo, para que o interlocutor pudesse assimilar o que dizia, Pai João prosseguiu:

-Como já lhe disse, nego-velho está dando uma explicação baseada não na teologia umbandista, mas na realidade cultural mais próxima da que você está habituado, meu filho. Certamente encontrará outros pontos de vista sobre esse assunto entre os representantes da umbanda e do candomblé. Porém nego-velho, neste momento, não tem por objetivo religião e doutrina, mas a descrição da realidade espiritual que transcende as interpretações religiosas.

-Entendo, meu pai. Se julgar apropriado conceder mais informações, estou aberto a ouvir e estudar.

-Pois bem, meu filho, - retomou Pai João calmamente. – Ainda sobre a forma espiritual adotada por alguns espíritos, alguns caboclos adotam não a forma de índios, mas do marinheiro. De alguém que viveu junto às águas, ao mar, portanto trabalhando com emoções, inclusive por ter vivenciado os tremendos desafios que envolvem a navegação: desde tormentas e fenômenos climáticos até a solidão dos meses e anos singrando pelos mares, longe da família e dos seus. Na umbanda, bem como em alguns candomblés que recebem sua influência, chama-se freqüentemente de marinheiro aquele espírito que lidera falanges acostumadas a lidar com o sentimento e as emoções e que atuam no contato com o elemento água – que remete à suavidade e ao amor e auxilia na libertação de vinculações magnéticas. Quando se pretende fazer uma limpeza energética com suavidade, o elemento água é o mais indicado, liberando fortes emoções que anuviam a visão espiritual dos filhos. É lógico concluir que quem teve experiência reencarnatórias junto ao elemento água pode ser bastante eficaz nessa tarefa.

Era muita informação para aquele homem reservado, que não queria se expor perante os presentes. Era ele um representante do espiritismo e, por essa razão, não desejava, ao menos até aquele momento, ser identificado numa tenda onde a manifestação mediúnica ocorria segundo parâmetros diferentes daqueles com os quais se familiarizava.

Entendo isso o preto-velho vez ou outra dava um tempo para ele refletir e depois de um suspiro, uma pausa, continuava.

- Os chamados quimbandeiros constituem outra espécie de caboclo. Sua especialidade é enfrentar os magos negros e seus dirigidos nos campos de batalha do umbral e da subcrosta. Gostam de estar à frente das demandas que ocorrem na esfera astral, muitas vezes nem sequer percebidas pelos médiuns. Como se fossem generais guerreiros, trabalham para a defesa, porém com ênfase em limitar e cercear a ação das trevas, o que muitas vezes, os leva a afirmar que transitam entre o bem e o mal. Além, é claro, do fato de que conhecem em profundidade as artimanhas dos seres da escuridão.

Não há dúvida, meu filho, de que nego-velho está procurando usar a linguagem mais espírita possível para que possa entender os diversos perfis e especialidades daqueles seres que trabalham na vibração da umbanda, em suas variadas manifestações e interpretações. Por estarem ligadas à vibração e à atmosfera cultural – e não a rótulos religiosos -, essas mesmas entidades também militam nos centros espíritas, caso encontrem abertura dos médiuns e dirigentes. Ainda que, em certas ocasiões, optemos por nos apresentar em outra roupagem fluídica, conforme seja conveniente ao trabalho e tenhamos condições para tal.

Fonte: Contribuição do irmão Géro Maita, dirigente do C.E.U. Esperança. Texto extraído do livro “Corpo Fechado”, Robson Pinheiro, espírito W. Voltz



26 de mai. de 2009

HOMENAGEM MUSICAL A UMBANDA E CANDOMBLÉ

O blog dos universalistas, dedica está canção "MEU PAI OXALÁ" aos nossos irmãos da Umbanda e do Candomblé.
Quem canta, nada mais, nada menos do que o nosso querido TOQUINHO!

Abraços fraternos, que Pai Oxalá abençoe a todos!





12 de mar. de 2009

DICA MUSICAL UNIVERSALISTA | YEMANJÁ RAINHA DO MAR (MARIA BETHÂNIA)



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