10 de mar. de 2009

EXPIAÇÃO E ARREPENDIMENTO

"Todo aquele que comete o mal é escravo do mal" (João 8:34)

Quando alguém prejudica outrem, inicia-se uma vinculação mental nefasta que pode durar meses ou anos, somente cessando com o arrependimento do agressor e a compreensão do ofendido. Mas o simples arrependimento não é suficiente para que o mal seja extinto; é necessário que o prato da balança se equilibre, o que será possível com a liquidação da dívida. "O mal só é reparado pelo bem". (Questão 1000 - Livro dos Espíritos). O réu se sentirá em paz somente quando demonstrar com atos as suas intenções sinceras de arrependimento.

Palavras nem sempre convencem, porque não representam sacrifício real daquele que deve. Quando se resgata uma dívida, há uma cessão de valores em troca do recibo do compromisso; não basta o agradecimento, é imprescindível receber o valor estipulado no título de crédito.
Um débito pode ser prorrogado, mas nunca indefinidamente. Aqui na carne, podemos esquivar-nos, lançando mão dos mais variados artifícios. Entretanto, no plano espiritual não podemos enganar; os pensamentos nos denunciam inevitavelmente. Por isso podemos adiar o resgate, mas fatalmente um dia teremos que efetuar o pagamento.

Infeliz daquele que não se arrepende e não se propõe a quitar a dívida, porque quanto mais o tempo passa, mais dificuldades serão acrescidas à vida mental de cada um.
Não adianta tentar prorrogar o vencimento, na esperança de uma anistia ou prescrição; a contabilidade divina persistirá apontando os faltosos, acompanhando-os onde estejam, porque ninguém consegue fugir da própria consciência, severo juiz de nossos atos.

À medida que o tempo passa, vamos reconhecendo os nossos erros. Reconhecendo-os, nos sentimos no dever de eliminá-los. É como se fosse uma mancha da qual queremos nos livrar, e sem alijá-la não conseguiremos nos libertar dos remorsos nem teremos a paz desejada.

De acordo com o progresso que alcançarmos, vamos admitindo os nossos erros. Aquilo que ontem era natural, hoje já nos causa repulsa. A nossa visão sobre o bem e o mal se dilata e passamos a exprobar aquilo que, para nós, na ocasião, parecia necessário fazer, como represália ou como reivindicação egoística.

Através da nossa reforma interior, no decorrer da existência terrena, vamos evitando praticar certos atos condenáveis, até que um dia não mais teremos ações censuráveis e assim estaremos em harmonia com nós mesmos.

Um dos mais importantes ensinamentos concedidos por Jesus foi a respeito da lei de causa e efeito. Foi Ele quem sentenciou: - A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Assim sabemos que os erros cometidos em existências milenares deverão ser suprimidos de conformidade com as nossas possibilidades evolutivas, pois eles se encontram inseridos em nosso livro consciencial.

Antonio F. Rodrigues

Fonte: Texto extraído do livro espírita "Aids, Homossexualismo, Alcoolismo, Conflitos familiares, Temas diversos" - Editora EME



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